Estudo da UFSC revela modelo conceitual do fenômeno atmosférico ‘toró’
Um estudo realizado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) apresentou um novo modelo conceitual de evento climático denominado ‘toró’. Esse fenômeno meteorológico se caracteriza por uma intensa precipitação de água e granizo, cerca de 10 metros cúbicos, em um curto intervalo de tempo, podendo atingir até 10.000 milímetros por minuto. O ‘toró’ ocorre em áreas próximas a montanhas, gerando ventos fortes, danos estruturais e marcas lineares na vegetação.
Origem e significado do termo ‘toró’
O termo ‘toró’ tem sua origem na língua guarani, como explicado por Reinaldo Haas, autor do estudo e professor de climatologia da UFSC. Ele destaca que a palavra ‘toró’ representa os sons produzidos pelo fenômeno, relacionados ao som da água cortando o ar e ao impacto no solo. Diferente da tromba d’água, o ‘toró’ é um fenômeno distinto que exige um novo termo para sua designação.
Formação e impactos do ‘toró’
O estudo desenvolveu um modelo conceitual detalhando a formação do ‘toró’. Esse fenômeno atmosférico ocorre quando uma nuvem supercélula, com corrente de ar ascendente intensa, se aproxima de um desfiladeiro, resultando na queda de granizo e água. As consequências incluem erosão do solo, especialmente no lado protegido do vento, impactando o relevo local.
Importância do ‘toró’ para entendimento de eventos severos
O ‘toró’ é descrito como uma ‘microexplosão úmida’ que desempenha um papel essencial na compreensão de fenômenos climáticos no Sul e Sudeste do Brasil. Sua observação é crucial para identificar padrões e prevenir danos associados a esses eventos meteorológicos.
Gestão de riscos e estratégias de prevenção
O pesquisador destaca a necessidade de investir em sistemas antigranizo e no gerenciamento de detritos para mitigar os impactos do ‘toró’. Além disso, sugere estratégias baseadas na natureza e na permacultura para reduzir as consequências das lestadas e proteger as comunidades locais.
Conclusão
O estudo conclui que a compreensão do ‘toró’ e de fenômenos climáticos semelhantes é essencial para a segurança e o planejamento de áreas vulneráveis. A colaboração entre governo, comunidades e pesquisadores é fundamental para lidar com esses desafios de forma eficaz.
Fonte: noticias.ufsc.br