Singapura: O Milagre do Desenvolvimento e a Dureza contra o Crime

Muito tempo atrás estive em Singapura, que significa “Cidade do Leão”. Esta Cidade-Estado é um fenômeno. Em 60 anos, passou de uma pequena e pouco conhecida ilha de pescadores para um dos lugares mais desenvolvidos do mundo. O autor dessa extraordinária transformação foi Lee Kuan Yew, arrolado pelo ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger, no seu último livro, “Liderança – Seis Estudos sobre Estratégia”, como um dos maiores estadistas da história mundial.

O Rigor contra o Crime em Singapura

Uma das coisas que me impressionou bastante nessa jornada foi algo que ouvi pouco antes do avião da Singapore Airlines ter pousado. Uma das aeromoças deu, pelo alto-falante, uma séria advertência: naquele país qualquer ação associada às drogas é punida com rigor. O tráfico é sujeito à pena de morte, e o uso pessoal é um delito grave punido com prisão e com chibatadas. Nesse lugar, só em 2022, onze condenados por atividades ligadas ao tráfico de substâncias entorpecentes foram enforcados.

A Singapura das chibatas

Sem exagero: não se atreva nem mesmo a jogar um chiclete no chão, em alguma rua de Singapura, porque a consequência pode ser um par de chibatadas, castigo que vale hoje para cerca de quarenta delitos. Ele é usado pelo seu poder de intimidação e também porque permite reduzir drasticamente a população carcerária.

Algumas organizações internacionais, como a Human Rights Watch, volta e meia denunciam esse tipo de castigo porque, no seu entendimento, se equipara a atos de tortura. Mas, em Singapura, um Porta voz do Ministério Público declarou que ‘as chibatadas são realizadas sob normas rígidas, com a supervisão de um médico’.

Seja como for, e sem entrar no mérito dos procedimentos usados para manter a ordem em um país que dista 16 mil quilômetros daqui, e que tem uma história e uma cultura ainda mais distantes, fica a observação de que, lá, a criminalidade foi reduzida a praticamente zero.

Comparação com Outros Países

Na coluna anterior relatei experiências relativas à segurança pública em um lugar onde praticamente não existe problema nessa área: o Japão. Nesse país antípoda do Brasil, a proteção das pessoas é assegurada por um fator cultural. Já em Singapura, a intolerância radical dos governantes em relação ao crime, e a inflexibilidade dos castigos, garantem a ordem.

Passo a relatar um caso acontecido comigo nos anos 70, em São Paulo. Nessa época, fazia meu Mestrado, lecionava em duas faculdades de Direito, dirigia um Centro de Estudos do Desenvolvimento, e fazia palestras pelo País. Um dia, meu pai, já idoso, viajou de Cachoeira do Sul, no Rio Grande do Sul, para me visitar.

Mais tarde, quando meu pai apareceu no apartamento, logo perguntei: “ô Pai, tu foste assaltado na rua”? “Ué, respondeu ele, como é que tu sabes?” Ao que eu retruquei: “porque há pouco dei uma gorjeta para o ladrão”.

Fonte: scempauta.com.br

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