Conheça a nova modalidade de crédito consignado privado e seus efeitos negativos para os trabalhadores formais. Taxas de juros, garantias e impactos econômicos discutidos.
Crédito Consignado Privado: Uma Nova Modalidade de Empréstimo
Neste mês, será inaugurada uma nova modalidade de empréstimo: o crédito consignado privado voltada aos empregados formais, que poderão realizar a operação bancária por meio de aplicativo da carteira de trabalho digital. Como garantia da transação financeira, o tomador do empréstimo oferecerá até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória, sendo que o valor das parcelas é descontado diretamente da folha de pagamento.
Taxas de Juros e Migração de Contratos
Em função das melhores garantias oferecidas ao sistema financeiro, as taxas de juros são inferiores às outras operações bancárias, como, por exemplo, a taxa média do rotativo do cartão de crédito, que, em janeiro deste ano, ficou na faixa de 12,6% ao mês, segundo dados do Banco Central. Além disso, é permitida a migração de contratos antigos (taxas de juros mais altas) para essa nova modalidade financeira (taxas de juros mais baixas).
Problemas com a Nova Modalidade Financeira
Fica evidente que o diagnóstico da equipe econômica fora correto em relação a essa nova modalidade de empréstimo: melhorar as garantias para o sistema financeiro implica necessariamente a diminuição da taxa de juros. Porém, há um grave problema nessa nova sistemática financeira, uma vez que a garantia de pagamento do crédito consignado é o FGTS do empregado, que decorre de um fundo financeiro compulsório efetivado mediante depósitos mensais dos empregadores.
Por outro lado, esses trabalhadores são forçados a manterem os seus recursos decorrentes do FGTS num fundo público que lhes paga 4% ao ano, entretanto, se quiserem obter empréstimos junto ao sistema financeiro, dando como garantia os valores depositados naquele fundo, eles terão que pagar juros no consignado na média de 20% ao ano. Ou seja, os trabalhadores possuem uma poupança forçada, mas, para acessá-la, terão que pagar taxa de juros 5 vezes, no mínimo, mais elevada do que a recebem do governo federal.
Repercussões Econômicas e Políticas
Esse novo mecanismo econômico impactará negativamente os trabalhadores formais, resultando em aumento do endividamento das famílias brasileiras e lucros para o sistema financeiro nacional. A saída proposta é oferecer aos empregados privados a liberdade de escolha na utilização ou aplicação de seus recursos decorrentes do FGTS em títulos da dívida pública, cujo rendimento é superior a 7% ao ano.
Essas ações visam proteger os trabalhadores formais de práticas financeiras prejudiciais e garantir uma maior estabilidade econômica para as famílias brasileiras.
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Fonte: scempauta.com.br