Confira as contradições brasileiras nas pautas ambientais e energéticas destacadas em seminário pré-COP30. Licença do Ibama à Petrobras gera críticas pela falta de coerência climática.
Contradições ambientais brasileiras às vésperas da COP30
O Seminário conjunto da Frente Parlamentar Ambientalista e do Observatório do Clima evidenciou preocupações em relação às agendas de transição energética e de proteção ambiental do Brasil. Destaque para duras críticas à licença do Ibama à Petrobras para perfurar poço na foz do rio Amazonas. Juliano Bueno de Araújo, diretor do Instituto Arayara, enfatizou que a licença compromete a coerência climática do país e aprofunda a dependência do petróleo, contribuindo para o caos climático. A Petrobras é apontada como protagonista da não transição energética na América Latina, sendo responsável por 29% do aumento de combustíveis fósseis no continente. Araújo alertou ainda para os impactos ambientais negativos dos R$ 50 bilhões subsidiados para a queima de carvão mineral e o leilão de petróleo do pré-sal, levando o Brasil a ser o quarto maior exportador de CO2 e metano do mundo.
Licenciamento ambiental
A possibilidade de derrubada dos vetos de Lula à nova Lei do Licenciamento Ambiental preocupa os ambientalistas. Suely Araújo, coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, ressaltou a importância da legislação ambiental para o controle do desmatamento no Brasil. Flexibilizações no licenciamento podem resultar em aumento do desmatamento e das emissões de gases de efeito estufa.
Redução de emissões
Cláudio Ângelo, coordenador de política internacional do Observatório do Clima, criticou o atraso na apresentação das Metas Nacionais Determinadas (NDCs) para redução de emissões de gases do efeito estufa. A insuficiência dessas metas pode resultar em um aumento significativo da temperatura média global. A COP30 terá que responder a esses desafios políticos para evitar consequências desastrosas para o planeta.
Oportunidade de mudança
Para os participantes do seminário, a COP30 representa uma oportunidade de contestar as contradições ambientais presentes no Brasil e no mundo. A mobilização da sociedade civil é apontada como crucial para enfrentar os desafios climáticos atuais e promover a justiça ambiental. Além disso, temas como racismo ambiental, justiça climática e restauração florestal também foram discutidos durante o evento.
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Fonte: camara.leg.br
