Bioacumulação de arsênio em ostras revela bactérias resistentes e impactos ambientais

Bioacumulação de arsênio em ostras

Estudo analisa alta concentração de arsênio em ostras no Brasil e suas implicações ambientais, destacando a resistência de bactérias nocivas.

Análise da Bioacumulação de Arsênio em Ostras

Um estudo publicado na revista Food Research International, com a participação da Universidade Federal de Santa Catarina e liderança da Universidade de São Paulo, investigou a presença de arsênio em ostras comercializadas no Brasil. A pesquisa, focada em Cananéia, Santos, São Paulo, Peruíbe e Florianópolis, identificou altas concentrações de arsênio total nas ostras, juntamente com bactérias resistentes, incluindo Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli e Citrobacter telavivensis, uma bactéria oportunista recentemente descoberta em frutos do mar.

Impactos Ambientais e Monitoramento

Segundo o pesquisador Gustavo Rocha, do Laboratório de Microbiologia Molecular Aplicada (MIMA), os resultados evidenciam a importância de monitorar a qualidade da água utilizada na maricultura, considerando não apenas os aspectos microbiológicos, mas também os contaminantes químicos que podem afetar o equilíbrio do ambiente marinho. A presença constante de substâncias como o arsênio cria uma ‘pressão seletiva’, favorecendo a sobrevivência de bactérias resistentes, o que pode impactar negativamente a cadeia produtiva de alimentos marinhos.

Genes de Resistência e Propagação de Bactérias

A pesquisa destaca que metais pesados, como o arsênio, podem selecionar genes de resistência nas bactérias presentes no ambiente marinho, que interagem com as ostras. Essas ostras, por serem organismos filtradores, acumulam contaminantes e microrganismos do ambiente, refletindo as condições de contaminação ao seu redor. O estudo aponta para uma preocupação em relação à proliferação de bactérias resistentes, que podem transferir seus genes para outras espécies, representando um risco silencioso para a saúde pública.

Conclusão e Recomendações

Embora o estudo não demonstre um risco direto para o consumo de ostras, ressalta a importância da preservação da qualidade ambiental e da monitorização constante dos níveis de contaminação. A pesquisa alerta para a necessidade de uma abordagem integrada entre diferentes áreas do conhecimento, visando o controle e a prevenção de possíveis impactos negativos derivados da presença de contaminantes químicos e microrganismos nocivos no ambiente marinho.

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Fonte: noticias.ufsc.br

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