Conheça a história do animal mais velho já registrado no planeta, o marisco Ming, que viveu 507 anos e teve sua vida milenar interrompida por um procedimento científico controverso. Saiba mais sobre suas contribuições para a ciência e o impacto das mudanças climáticas.
Registro histórico de longevidade
Um molusco marinho entrou para a história como o animal mais velho já registrado no planeta. Com impressionantes 507 anos de vida, o marisco da espécie Arctica islandica nasceu por volta de 1499. O animal foi encontrado em 2006 por cientistas do Reino Unido, durante uma expedição na costa da Islândia. Ao analisarem os padrões de crescimento em sua concha — técnica semelhante à contagem dos anéis de árvores —, pesquisadores inicialmente estimaram que ele teria entre 405 e 410 anos. Análises posteriores confirmaram que Ming, como foi apelidado pela imprensa, tinha pelo menos 507 anos.
Morte polêmica
No entanto, a longa vida de Ming logo chegou ao fim, e de uma forma controversa, que gerou críticas aos cientistas que o coletaram. Segundo os pesquisadores, o animal provavelmente morreu após ser congelado durante o processo de coleta, algo comum em expedições científicas. A revelação causou polêmica e gerou indignação entre o público. “Recebemos e-mails nos chamando de assassinos de moluscos”, contou o professor James Scourse, da Universidade de Bangor, em entrevista à BBC.
Contribuições para a ciência
Apesar do desfecho controverso, a coleta de Ming rendeu frutos para a ciência. Estudos com sua concha permitiram aos pesquisadores analisar mudanças nos oceanos ao longo dos últimos séculos, contribuindo para uma melhor compreensão do ambiente marinho e do impacto das mudanças climáticas. Além disso, a pesquisa com Ming ajudou a desvendar aspectos do envelhecimento biológico.
Genética e envelhecimento
Um estudo publicado em 2015 reforça a hipótese de que a longevidade da A. islandica está relacionada ao seu metabolismo extremamente lento. A pesquisa sugere que a oxidação de ácidos nucleicos pode estar ligada aos mecanismos intrínsecos do envelhecimento, uma descoberta com potenciais aplicações na biologia e na medicina.
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Fonte: olhardigital.com.br