Como Vilson Kleinubing conquistou a prefeitura de Blumenau
Descubra como Vilson Kleinubing se tornou prefeito de Blumenau e como arrecadou recursos para sua campanha eleitoral de forma transparente e inovadora.
A reunião com os empresários e os recursos da campanha
Era preciso definir de onde sairia o dinheiro necessário para a campanha eleitoral. Na época não havia a facilidade do Fundo Eleitoral que, nos tempos atuais, garante suporte aos partidos e candidatos. Já sabíamos, claro, que barata a jornada não haveria de ser. A tarefa financeira começou, então, reunindo o pessoal de marketing com gente que entendia de contabilidade e assuntos numerários. De um encontro seguinte dessa pessoal com nosso comitê coordenador, foi gerado um esboço de orçamento. A seguir, Ulrich Kuhn, eu, e alguns outros que tinham ligação com as principais empresas de Blumenau,…
A contrapartida que foi cobrada do candidato
Vilson Kleinubing, já então aliviado por terem tirado dos seus ombros o ônus de catar recursos para a campanha, agradeceu e fez uma perguntam: “O que vocês, neste caso, vão querer de mim se for eleito?” E outro dos patriarcas respondeu com a aquiescência de todos: “Queremos apenas uma coisa: que você seja um bom Prefeito, trabalhe bastante por Blumenau”. “Nada mais?”, indagou Vilson. E ouviu a seguinte resposta: “Sim, mas, acrescido de uma exigência: sua campanha não pode receber recursos de nenhuma outra fonte”. “Nós não vamos querer coisa alguma da Prefeitura, e você não pode ficar devendo favor a outras pessoas ou empresas, porque muitas haverão de cobrar facilidades que você não pode atender”. “Queremos que você tenha as mãos livres para fazer sempre o que é melhor e mais adequado para o município”.
A longa fila dos pretensos doadores
E assim foi feito. Quando a candidatura começou a crescer, e já se sentia, na cidade, a impressão da vitória de Kleinubing, hipotéticos contribuintes passaram a fazer fila na porta do comitê: empresas de ônibus, empreiteiros de obras, loteadores, prestadores de serviço de toda natureza, e até bicheiros. Lá compareceu uma infinidade de gente que dependia muito dos negócios e do relacionamento com o Poder Público, e que não teria qualquer cerimônia em cobrar, mais tarde, as contrapartidas a um eventual investimento político. A todos se agradeceu o interesse e foi dada a informação de que a candidatura de Vilson Kleinubing já tinha os recursos necessários e, consequentemente, encerrara o recebimento de doações. Um caso certamente raro na história política brasileira.
Próximo capítulo: Kleinubing nos palanques. Um novo jeito de se comunicar com o público.
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Fonte: scempauta.com.br