Operação Castelo de Barro em Imbituba: Vereador envolvido em esquema de desvio de saibro. Entenda o caso e a investigação da Polícia Civil.
Investigações iniciaram em outubro de 2024
Em uma ação deflagrada pela Polícia Civil de Imbituba, cumpriu sete mandados de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira (25), durante a segunda fase da Operação Castelo de Barro no município do Litoral Sul.
Participaram da operação policiais das delegacias de Laguna, Garopaba, Imaruí e DIC de Laguna. Um dos alvos foi a residência do vereador Ronaldo Gonçalves Junior, eleito nas últimas eleições municipais.
As investigações apuram os crimes de organização criminosa, corrupção eleitoral (compra de votos), caixa dois e lavagem de dinheiro. A operação teve início em outubro de 2024 e apontou um esquema de desvio de saibro contratado pelo município, com prejuízo estimado em mais de R$500 mil.
Fraudes na aquisição de saibro e esquema de corrupção
Em janeiro de 2025, na primeira fase, foram presos preventivamente proprietários da empresa contratada, além do cumprimento de sete mandados de busca e apreensão, bloqueio de bens e afastamento de um servidor público. Apenas 30% do saibro contratado era efetivamente entregue, enquanto 60% eram desviados ou sequer existiam.
A licitação, com vigência de um ano, já havia sido executada em quase metade nos primeiros três meses, levantando suspeitas e motivando as investigações.
Envolvimento político no esquema criminoso
A segunda fase da operação revelou o envolvimento direto do vereador eleito, que participou de reuniões com os empresários investigados, inclusive no dia da homologação da licitação fraudulenta.
A Polícia apurou que, nos meses de agosto e setembro de 2024, houve intensificação do desvio de saibro para propriedades particulares, visando financiar a campanha eleitoral do candidato. Conversas interceptadas evidenciaram a destinação dos materiais desviados para o subsídio eleitoral.
Núcleos criminosos e desdobramentos da investigação
As investigações indicam a atuação de dois núcleos criminosos: um empresarial, responsável pela execução e movimentação financeira; e outro político-administrativo, supostamente liderado pelo vereador eleito, cuja posição política garantiria a continuidade dos desvios durante seu mandato.
Representações à Justiça Eleitoral pela prisão preventiva dos envolvidos foram feitas, mas o Juiz eleitoral considerou não haver elementos suficientes para as prisões.
Entenda o caso: Em outubro de 2024, a PCSC observou movimentações atípicas na aquisição de saibro pelo município de Imbituba, resultando em investigações que apontam para um esquema de corrupção e desvios de recursos públicos. A empresa contratada entregava quantidade superior do material sem justificativa plausível, levantando suspeitas e desencadeando a Operação Castelo de Barro.
Outro ponto destacado foi a execução da licitação, concentrada nos meses iniciais do contrato, coincidindo com o período eleitoral, o que levantou suspeitas de corrupção eleitoral.
Decisões judiciais e desdobramentos legais
Diante da gravidade dos fatos, foram realizadas prisões preventivas e buscas, além do bloqueio de valores desviados. A Polícia Civil seguiu investigando os desdobramentos do caso em busca de evidências adicionais para sustentar as acusações.
O nome ‘Operação Castelo de Barro’ faz alusão à grande quantidade de saibro supostamente entregue, gerando um ‘castelo de barro’ de dimensões significativas.
Tags: CorrupçãoEleitoral, InvestigaçãoPolicial
Fonte: scempauta.com.br