Os Efeitos da Cisão Política na Minha Vida
O desmembramento do antigo PDS em dois, criou, no meu caso particular, um grave dilema político-partidário e pessoal. Este era o meu partido. Nele estava o Governador Amin a quem eu servia, naquela época, como secretário da Administração, e com quem tinha bom relacionamento. Do outro lado estava o ex-governador Jorge Bornhausen de quem fui secretário-adjunto do Planejamento e secretário da Educação. Ambos, chefes com quem eu mantinha vínculos de amizade e companheirismo, e a quem devia lealdade. Mais a Jorge do que a Esperidião, mas, de qualquer forma, aos dois.
Esperidião desejava que eu permanecesse no PDS, Jorge me chamava para o PFL. O ambiente em Florianópolis começou a ficar embaraçoso. A decisão de não ficar Jornal O Estado (de Florianópolis), edição de 29/05/1985 Apesar da minha satisfação pessoal com o trabalho na Secretaria e da ótima ambientação da minha esposa e dos meus filhos em Florianópolis, resolvi tomar o rumo de Blumenau. Pesando os prós e contras dos possíveis alinhamentos partidários, aqui ou acolá, optei pela neutralidade. Renunciei ao cargo de secretário, mas, não me filiei ao PFL. E mudei-me com a família para a cidade natal da minha esposa Karin, onde me esperava, já há bastante tempo, um cargo de direção na empresa da qual meu sogro era um dos sócios.
Meu mais antigo alinhamento partidário
Juscelino, Juarez e Adhemar de Barros Jânio, Lott, e, de novo, Adhemar Ad latere, uma indagação. E uma resposta um tanto enigmática para os padrões catarinenses. A pergunta: qual era, lá no Rio Grande do Sul, ao tempo de PSD e UDN, o partido das minhas simpatias? Este questionamento poderia receber uma informação fácil e objetiva: meu pai era filiado ao PSD e foi seu presidente na nossa cidade de Cachoeira do Sul. Logo, embora ainda sem idade para uma filiação própria, este era, por herança, o meu partido.
O início da sequência de fatos que levaram à candidatura de Kleinubing em Blumenau
Chamada de capa do JSC de 02/06/1985 Entrevista publicada no corpo da edição do JSC de 02/06/1985 Sem entrar novamente no conjunto de eventos que resultaram no lançamento de Vilson Kleinubing a prefeito de Blumenau – que já relatei nos primeiros capítulos dessa série de memórias políticas – registro a circunstância de que nada daquilo talvez ocorreria se eu não tivesse decidido mudar o acampamento de Florianópolis para Blumenau. Foi no barco das consequências dessa transferência que me tornei amigo (e companheiro de planos políticos) de diversos importantes empresários de Blumenau. E no rastro dessas remadas do destino me vi envolvido na coordenação de um projeto que visava a escolher um candidato capaz e competitivo para encerrar os vinte anos de domínio do PMDB na prefeitura da cidade.
Próxima coluna: pausa para recreio
No decorrer desses vários meses em que me dediquei a relatar episódios, em geral sérios, da política catarinense, ficaram de lado alguns momentos e algumas manifestações que talvez não sejam tão importantes, mas que, de algum modo, são interessantes. E por certo mais leves e divertidos. Passarei a resgatar esses fatos fora da curva e contá-los na próxima coluna, e mais adiante.
Fonte: scempauta.com.br